De Watson a Skinner

“Watson, postulando o comportamento como objeto da Psicologia, dava a esta ciência a consistência que os psicólogos da época vinham buscando  —  um  objeto  observável,  mensurável,  cujos  experimentos poderiam  ser  reproduzidos  em  diferentes  condições  e  sujeitos.  Essas características foram importantes para que a Psicologia  alcançasse  o status de ciência, rompendo definitivamente com a sua tradição filosófica.
Watson também defendia uma perspectiva funcionalista para a Psicologia,  isto  é,  o  comportamento  deveria  ser  estudado  como  função de  certas  variáveis  do  meio.  Certos estímulos levam o  organismo  a  dar determinadas respostas e isso ocorre porque os organismos se ajustam aos  seus  ambientes  por  meio  de  equipamentos  hereditários  e  pela formação  de  hábitos.  Watson  buscava  a  construção  de  uma  Psicologia sem  alma  e  sem  mente,  livre  de  conceitos  mentalistas  e  de  métodos subjetivos, e que tivesse a capacidade de prever e controlar”. [trecho retirado do livro Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia, de Ana M. B. Bock]
Então Watson chega à conclusão de que o comportamento pode ser mensurável de tal forma que pode ser previsto e controlável. Daí o termo inglês Behavior que significa “comportamento” ; por isso, para denominar essa tendência teórica, usamos Behaviorismo, mas também pode ser conhecida como Teoria Comportamental, Analise do Comportamento, dentre outras denominações bem similares.
“Apesar de colocar o “comportamento” como objeto da Psicologia, o Behaviorismo  foi,  desde  Watson,  modificando  o  sentido  desse  termo. Hoje,  não  se  entende  comportamento  como  uma  ação  isolada de um sujeito, mas,  sim, como  uma interação  entre aquilo  que o  sujeito faz e o ambiente onde o seu “fazer” acontece. Portanto, o Behaviorismo dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (as estimulações)”. (BOCK, Ana M. B. 1999. p. 45)


Na Rússia um pesquisador de nome Pavlov conseguiu por meio de experimentos demonstrar o que no EUA Watson teorizava.
Por volta de 1920 ele teoriza o que podemos chamar de condicionamento clássico: A idéia básica do condicionamento clássico diz que algumas respostas comportamentais são reflexos incondicionados, ou seja, são inatas em vez de aprendidas, enquanto que outras são reflexos condicionados, aprendidos através do emparelhamento com situações agradáveis ou aversivas simultâneas ou imediatamente posteriores. Através da repetição consistente desses emparelhamentos é possível criar ou remover respostas fisiológicas e psicológicas em seres humanos e animais.

Para chegar a tais conclusões Pavlov submeteu cachorros a experimentos que se dava da seguinte forma: mostrava ao cachorro o alimento antes de dá-lo para comer. Com o tempo o cachorro passou a salivar assim que via o alimento. A salivação era uma resposta quando a comida era colocada em sua boca, uma reação natural de reflexo do sistema digestivo do animal e não envolvia aprendizagem. Pavlov designou esse reflexo de reflexo inato ou não condicionado.

Num segundo plano ele fez a experiência de alimentar cães ao som de uma determinada música, posteriormente, ao ouvirem apenas a música, os cães reagiram com secreção de saliva e de sucos gástricos. Logo este tipo de reação foi aprendida e não foi uma reação de cunho natural, desta forma podemos entender que o animal foi condicionado a ter tais reflexos.

Com esse experimento Pavlov provou que os cães desenvolvem comportamentos em resposta a estímulos ambientes, podendo tais comportamentos serem explicados sem que se precise entender o que se passa no plano mental ou psicológico. Desta forma dando apoio as ideias desenvolvida pelo americano Watson.

Um outro nome com grande relevancia para o Behaviorismo foi B.F. Skinner, a linha de estudo desse pesquisador tinha como conceito chave o condicionamento operante, aliado a resposta condicionada, conceito desenvolvido por Ivan Pavlov, acima citado, estes dois elementos estão relacionados, o condicionamento é o responsável pela determinação da necessidade a ação, já o comportamento operante, o condicionamento faz com que a resposta siga estimulo para sua obtenção. Para chegar a tais conclusões ele utilizou de um experimento hoje conhecido como “Caixa de Skinner”.

Tipicamente, um rato é colocado dentro de uma caixa fechada que contém apenas uma alavanca e um fornecedor de alimento. Quando o rato aperta a alavanca sob as condições estabelecidas pelo experimentador, uma bolinha de alimento cai na tigela de comida, recompensando assim o rato. Após o rato ter fornecido essa resposta o experimentador pode colocar o comportamento do rato sob o controle de uma variedade de condições de estímulo. Além disso, o comportamento pode ser gradualmente modificado ou modelado até aparecerem novas repostas que naturalmente não fazem parte do repertório comportamental do rato. Êxito nesses esforços levou Skinner a acreditar que as leis de aprendizagem se aplicam a todos os organismos.

Tais pensamentos o levaram a teorizar formas para serem aplicadas aos homens num sistema que facilitasse o processo de educação. Como esses processos passavam por métodos de “privação” que eram ligados a um sistema de recompensa e punições recebeu algumas criticas pesadas tais como a do poeta W. H. Auden que está no livro Teorias da Personalidade:

Não há dúvida que o Behaviorismo ‘funciona’. A tortura também. Coloque-me nas mãos um Behaviorista firme, eficiente e realista, algumas drogas e aparelhos elétricos simples, que em seis meses farei com que ele recite em público o Credo de Anastácia“.

Não há dúvidas quanto a importância da linha psicológica do Behaviorismo para a psicologia como a compreendemos hoje. Sabemos que ela apresenta algumas falhas, porém o ponta-pé nos estudos de forma sistemática da psique humana foi iniciada graças a esse grande movimento.

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Introdução  
2- Exemplos