Estar consciente” é, em primeiro lugar, uma expressão puramente descritiva, que invoca a percepção imediata e segura. A consciência é a superfície do aparelho psíquico, isto é, atribuímo-la, como função, a um sistema que espacialmente é o primeiro desde o mundo externo. Segundo todas as percepções que vêm de fora (percepções sensoriais) e de dentro, às quais chamamos de sensações e sentimentos.
O inconsciente apresenta-se sob dois tipos: o que é latente, mas capaz de consciência, e o reprimido, que em si e sem dificuldades não é capaz de consciência Ao que é latente, tão só descritivamente inconsciente, e não no sentido dinâmico, chamamos de pré-consciente; o termo inconsciente limitamos ao reprimido dinamicamente inconsciente, de modo que possuímos agora três termos, consciente (cs), pré-consciente (pcs) e inconsciente (ics), cujo sentido não é mais puramente descritivo.
Freud percebe que não basta a diferenciação entre consciente e inconsciente é, afinal, uma questão de percepção, a que se deve responder com “sim” ou “não”, e o ato da percepção mesmo não informa por qual razão algo é percebido.
Com isso, surge a ideia de uma organização coerente dos processos psíquicos na pessoa, e a denominamos o Eu* da pessoa. A este Eu liga-se a consciência, a descarga das excitações no mundo externo; é a instância psíquica que exerce o controle sobre todos os seus processos parciais, que à noite dorme e ainda então pratica a censura nos sonhos. Desse Eu partem igualmente as repressões através das quais certas tendências psíquicas devem ser excluídas não só da consciência, mas também dos outros modos de vigência e atividade.
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Introdução
2 - O EU E O ID
3 - O EU E O SUPER-EU (IDEAL DO EU)