Terapia Gestalt


Introdução

A Gestalt foi elaborada sobre tudo a partir das intuições de Fritz Perls (psicanalista judeu de origem alemã que migrou aos 53 anos para os E.U.A)

A Gestalt além de uma simples psicoterapia apresenta-se como uma verdadeira filosofia existencial, uma arte de viver, uma forma particular de conceber as relações de ser com o mundo.

Contextos: em psicoterapia individual face a face, em terapias de casais (com a presença dos 2 parceiros), em terapia familiar, em grupos contínuos de terapia e também em grupos do desenvolvimento pessoal.

Na teoria da Gestalt-terapia o self é sempre uma inter-relação entre a pessoa e o ambiente, uma organização atual do campo organismo/ambiente.


Abaixo vemos uma jovem ou uma senhora ??



                                                          


Dois tipos de objetivo da gestalt-terapia:

Estra exclusivamente orientado para o comportamento aqui-e-agora, sem condicionar o paciente e sem a exclusão das variáveis de awareness (consciência da consciência).
Aplicar a atitude existencial sem ser excessivamente global e abstrato.

A gestalt-terapia se ocupa, principalmente, de figuras externas (auditivas e visuais), ou seja, de concepções de necessidades do indivíduo.

Existe uma hierarquia de necessidades(FAGAN, 1995).

As figuras que o indivíduo experimentam são unitárias, fazem parte do campo fenomenal, ou seja, é uma experiência subjetiva ( HYCNER, 1995).
Ex.: o casa do mecânico.

O movimento do potencial humano colocou a psicoterapia no segmento de verdade e compreensão, em vez de o segmento de cura-doença.

A importância de diagnosticar.

Categorização, avaliação e diagnóstico são partes indispensáveis do processo de avaliação e todo terapeuta competente faz.

As decisões terapêuticas se baseiam em muitos fatores, como: observação, diálogo, resposta emocional do terapeuta, intuição.

O diagnóstico também facilita para o terapeuta a compreensão de pessoas que são diferentes dele.




A psicoterapia

A psicoterapia psicodinâmica tem-se a ideia de que o paciente tem uma doença ou disfunção e que irá curá-la ou eliminá-la.

A cura do paciente resulta da descoberta do que o terapeuta descobriu (insight).

A psicoterapia comportamental substitui características mentalistas e inferenciais do movimento psicodinâmico por observações do comportamento visto de forma consensual.
"trabalhar totalmente no aqui e agora"
"uma preocupação integral com o fenômeno da awareness"
  • "Estar Awere de nosso corpo, em termos das coisas que sabemos e fazemos, é sentir-se vivo. Essa awareness é uma parte essencial de nossa existência como pessoas ativas e sensuais." (Michael Polanyi)
  • Awarenness-> Gestalt.
  • O terapeuta não diz ao paciente o que ele descobriu ao seu respeito, mas, ensina-o a aprender.
  • "Perca sua cabeça e descubra seus sentidos," Perls
  • O relacionamento paciente-terapeuta.
Gestalt-terapia:

  • Gestalt-presente
  • Estar presente do terapeuta
  • Lidar com suas próprias dificuldades, próprios limites e incompletudes é um dos maiores desafios do gestalt-terapeuta, uma vez que a terapia é para o paciente e não para o terapeuta.( RODRIGUES,2000)
  • O terapeuta deve construir uma ponte-direção ao cliente, tornando sólida essa interação. (HYNCHER, 1995).

Técnicas:

A gestalt não objetiva simplesmente explicar as origens de nossas dificuldades, mas, experimentar pistas para soluções novas.

Tipos de técnicas:

  1. Exercício de awareness;
  2. Hot Seat e a "cadeira vazia" - Fritz Perls;
  3. Dramatização;
  4.  Monodrama;
  5. Interpelação direta;
  6. Trabalho com o sonho;
  7. Expressão metafórica.
 Segundo Luiz Fernando Calaça (Luiz Fernando Calaça de Sá Júnior nasceu em Salvador/Ba, pisciano de 28 de fevereiro. É psicologo, formando Universidade Federal da Bahia, e psicoterapeuta na abordagem gestáltica pelo Instituto de Gestalt-Terapia da Bahia.)
A cerca de 2 anos sou convidado, na condição de estudante de Psicologia, a dar aulas aos alunos calouros de Psicologia, na UFBa, sobre Psicologia da Gestalt. Essas aulas geralmente são na disciplina de Introdução a Psicologia, quando os alunos estão tendo o primeiro contato com essa área do conhecimento, principalmente em seus teóricos fundadores de sistemas e correntes teóricas, classicas como o Wundt, Pavlov, William James, Watson, Titchner, Fechner, etc.
A Psicologia da Gestalt sempre desperta um certo fascínio nos alunos em início de graduação, principalmente por causa das imagens ligadas a ilue estímulos ambíguos. O que acontece, no entanto, é que esse sistema teórico da Psicologia é, muitas vezes, tido como morto, situado apenas historicamente, sendo suas contribuições tidas como perdidas, devido à crença na ausência de teóricos que dessem continuidade aos estudos da Gestalt.
Certa feita ouvi de um professor meu, quando da época dos concursos para a Universidade do Recôncavo da Bahia, que não havia mais razão de se contratar professores para a disciplina de TSP II – Teorias e Sistemas Psicológicos II, que trata geralmente da Gestalt e da Fenomenologia, por a Gestalt já não se constituir como um sistema psicológico significativo, sendo, no seu ponto de vista, mais adequado substituir pela Psicologia Cognitiva e Neurociências.
É verdade que muitas faculdades, principalmente as privadas, já não tâm a Psicologia da Gestalt em sua grade curricular, sendo ocupada por disciplinas da Psicologia Cognitiva e Neurociências. Não nego a importancia de se estudar essas dsciplinas, mas me incomoda, no entanto, se ignorar a contribuição direta dos teóricos da Gestalt para essas duas disciplinas, tanto pelo pioneirismo nas pesquisas psicológicas nessas áreas, como pela assimilação de seus estudos e conceitos dos campos da percepção, aprendizagem, memória e resolução de problemas – temas clássicos da Psicologia da Gestalt.
Um outro grande equívoco que vejo acontecer é reduzir a contribuição da Psicologia da Gestalt a esses temas de pesquisa, ignorando-se as contribuições nos campos da Psicologia Social, Psicologia Ambiental, Psicologia do Desenvolvimento, Psicologia da Arte, além da influencia exercida e, outras áreas de conhecimento e prática como as Artes Plásticas, Arquitetura, Design, Comunicação,Pedagogia e Ciências da Computação. Esse equívico se dá, principalmente, por restringirem a compreensão da Psicologia da Gestalt aos três teóricos da Escola de Berlim: o Max Wertheimer, o Kurt Koffka e o Wolfgang Kohler.
Somente em 2006, quando da vinda do teórico estoniano Jaan Valsiner – teórico estudioso principalmente da obra de Vygotsky -, para dar seminários sobre Psicologia Cultural, na UFBa, foi que fiquei sabendo da existência daz 3 Escolas da Gestalt: as escolas de Graz, de Berlim e de Leipzig. Essas escolas são citadas nas obras de História da Psicologia do Schultz e Schultz, Teorias e Sistemas Psicológicos de Max e Hillix, e no artigo do Arno Engelmann sobre a “Psicologia da Gestalt e a ciência empírica comtemporânea”, que a meu ver é o melhor e mais completo artigo sobre a Psicologia da Gestalt já escrito em lingua portuguesa.
Outra confusão que acontece é a de confundir a Psicologia da Gestalt com a Gestalt-Terapia. Quando sou convidado a falar sobre Gestalt, geralmente os professores pensam na Psicologia da Gestalt e não na Gestalt Terapia, ou tem-se a crença de que a Gestalt Terapia é uma aplicação direta dos conceitos – e das imagens de ilusão de ótica – da Psicologia da Gestalt na prática clínica. O que desconhecem é que, apesar de sofrer influência direta das teorizações da Psicologia da Gestalt, a Gestalt Terapia é uma abordagem humanista, fenomenológico existencial.
A Psicologia da Gestalt é, fundamentalmente, um campo de pesquisa experimental, com procedimentos realizados em laboratório, diferente de uma abordagem eminentemente clínica como a Gestalt Terapia. É inegável que muitos conceitos são assimilados no jargão da Gestalt-Terapia nas teorizações da abordagem, conceitos como figura-fundo, pregnância, “boa forma”, homeostase, auto-regulação organísmica, campo, etc. Todos esses conceitos foram desenvolvidos por teóricos da Psicologia da Gestalt, e das teorias de base gestáltica, como a Teoria de Campo do Kurt Lewin e a Teoria Organísmica do Kurt Goldstein.
A contribuição da Psicologia da Gestalt para a Gestalt-Terapia se deu principalmente pela ligação de seus criadores aos estudos da Psicologia da Gestalt, ainda na Alemanha. O Fritz Perls foi assistente nas pesquisas neurocientíficas com lesionados de guerra do Kurt Goldstein, e a Lore Perls, além de ter sido aluna do Goldstein, defendeu sua monografia de doutoramento sob a orientação do Max Wertheimer.
Além dessas influências teóricas, a Gestalt Terapia tem fundamentação teórico-filosófica na Fenomenologia do Husserl, no Existencialismo de Sartre, no Existencialismo Dialógico de Martin Buber, no Holismo de Cristian Smuts, na Psicanálise de Freud, Otto Rank, Karen Horney, na Bioenergética de Reich, no Zen-budismo e no Taoísmo, no Teatro Expressionista de Max Reinhardt, no Psicodrama de Moreno, etc.
A Psicologia da Gestalt surge na Alemanha entre fins do século XIX – quando é cunhado o termo gestaltqualitaten nos escritos sobre as “qualidades gestalticas” em esperimentos musicais desenvolvidos pelo Christian von Ehrenfels, da Escala de Graz, publicados em 1890 – e não apenas com os experimentos do fenômeno phi do Wertheimer, em 1910 . A Gestalt Terapia surge apenas em 1950, nos Estados Unidos, com a reunião do Grupo dos 7 e a publicação do Gestalt Therapy, do Perls, Hefferline e Goodman.
Do período entre o contato da Lore e do Fritz Perls com o Kurt Goldstein, e a criação da Gestalt Terapia, há um período de cerca de 30 anos, em que ambos exercem a Psicanálise em seu formato mais ortodoxo, na Africa do Sul e Estados Unidos. Para que a Gestalt Terapia ganhasse corpo foi necessário um longo processo de assimilação e elaboração e conceitos e técnicas, que progressivamente foram se estruturando, passando por reformulações progressicas, até os dias atuais.
Além desses esclarecimentos, que considero fundamentais para que haja a devida diferenciação entre a Psicologia da Gestalt e a Gestalt Terapia, considero importantíssimo que haja um resgate da Psicologia da Gestalt, tanto como sistema teórico, como pelas contribuições que esta dá, efetivamente, às formulações teóricas da Gestalt Terapia. Para isso vejo como de fundamental importância o resgate da produção bibliografica, tanto da Psicologia da Gestalt quanto da Gestalt-Terapia, submetendo-a a análise dos conceitos, campos de influência e desdobramentos.
Até o momento, tenho feito de forma independente apenas a coleção dessas obras e organização de uma bibliografia sobre o tema. A grande maioria dessas obras estão esgostadas ou não estão traduzidas para a lingua portuguêsa. Através dessa bibliografia é possível reconstruir a história da Psicologia da Gestalt através dos autores, dos temas estudados, dos conceitos elaborados e das articulações com outras teorias e campos de conhecimento.
Ter acesso a esse material mostra a diversidade da Gestalt e o caráter múltiplo e dinâmico de seus desdobramentos, sua atualidade e vivacidade enquanto campo de pesquisa. Diferentemente de algumas aborgadens psicológicas que acabam restritas a autores canônicos, a Psicologia da Gestalt se adaptou à tradução da cultura alemã para a americana, ampliou seus horizontes e adaptou-se às demandas sociais e históricas emergêntes, saindo de um campo meramente teórico para a aplicação.

A Terapia Gestalt

 

Gestalt-Terapia surgiu pelas mãos do médico alemão Fritz Perls (1893-1970), que tinha grande interesse pela neurologia e posteriormente pela psiquiatria. Por este caminho tornou-se um psicanalista. Ao elaborar novas idéias psicanalíticas, chegou a ser expulso da Sociedade de Psicanálise. Depois de um encontro com Freud, rompeu definitivamente com este campo de pesquisas. Em 1946, Fritz imigrou para a América, instalando-se definitivamente em Nova York, onde conheceu seu grande colaborador, Paul Goodman. Juntos introduziram o conceito de Gestalt Terapia, recebendo depois o apoio e o auxílio da esposa de Fritz, Lore, e de outros autores. Foram inspirados por várias correntes, como o Existencialismo, a Psicologia da Gestalt, a Fenomenologia, a Teoria Organísmica de Goldstein, a Teoria de Campo de Lewin, o Holismo de Smuts, o Psicodrama de Moreno, Reich, Buber e, enfim, a filosofia oriental.

A Gestaltpedagogia

 

No campo da pedagogia, a Gestalt também encontrou terreno fértil. O russo Hilarion Petzold, radicado na Alemanha, foi o primeiro a apresentar esta possibilidade na área educacional. Em 1977, ele cria a Gestaltpedagogia, uma transferência dos princípios terapêuticos da filosofia da Gestalt para o contexto da educação, com o objetivo de resolver os principais problemas pedagógicos da atualidade.
Mais de 50 anos depois da criação da Gestalt Terapia, estes princípios filosóficos conquistaram seu lugar no panorama psicoterapêutico, bem como na educação e na área de Recursos Humanos das empresas.